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TOC

Se eu pisar na linha algo de ruim pode acontecer aos meus pais. Saiba mais sobre o TOC e suas implicações na infância.

O Transtorno Obsessivo Compulsivo pode iniciar na infância e na adolescência e quando não tratado causa prejuízo significativo em diversas áreas do desenvolvimento.

O Transtorno Obsessivo Compulsivo é caracterizado pela presença de obsessões e compulsões.

As obsessões são pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que são vivenciados como intrusos e indesejados. Eles invadem a mente e causam ansiedade, medo, nojo, culpa e desconforto.

As compulsões são comportamentos repetitivos ou atos mentais que um indivíduo se sente compelido a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser aplicadas rigidamente, feitos em resposta as obsessões.

A rotina diária, como a hora de comer, vestir, dormir, ir para escola, participar de esportes, atividades, fazer os deveres de casa e até mesmo atividades prazerosas como brincar com outras crianças, podem ser marcadamente alteradas pelo TOC.

É importante ressaltar que as crianças com TOC não tem prejuízo no funcionamento intelectual, mas devido a presença das obsessões e compulsões é provável que o rendimento escolar seja prejudicado.

No TOC as compulsões e obsessões se diferem de preocupações e rituais típicos das diferentes fases do desenvolvimento, por serem excessivos e persistirem além dos períodos apropriados ao nível de desenvolvimento.

QUAIS OS SINTOMAS DO TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO NA INFÂNCIA?

Os principais sintomas são:

  • A presença de obsessões, compulsões ou ambas;
  • As obsessões ou compulsões tomam tempo (p. ex., tomam mais de uma hora por dia) ou causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo;
  • Os sintomas obsessivo-compulsivos não se devem aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., medicamento) ou a outra condição médica;
  • A perturbação não é mais bem explicada pelos sintomas de outro transtorno mental (p. ex., preocupações excessivas, como no transtorno de ansiedade generalizada; ou padrões repetitivos de comportamento, como no transtorno do espectro autista).

Se você observar alguns dos sinais acima no seu filho, procure um profissional especializado para realizar um diagnóstico diferencial e iniciar a intervenção.

QUAIS SÃO AS CAUSAS DO TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO?

O TOC pode ser considerado um transtorno com causa multifatorial, como:

  • Pré-disposição genética:

Estudos ressaltam que fatores genéticos tem um papel substancial na etiologia do TOC. Uma diversidade de estudos oferece subsídios que constatam um aumento aproximado de quatro a dez vezes no desenvolvimento do TOC entre parentes de primeiro grau.

Estudos de gêmeos e famílias sustentam fortemente um componente genético para o TOC, em particular os genes serotoninérgicos, dopaminérgicos e glutamatérgicos.

  • E ambiental:

Um estudo sobre genoma e TOC foi realizado pelo Collaborative Genetics Association Study (OCGAS), que é composto de pacientes com TOC avaliados com uma idade precoce de início do TOC. Após a aplicação de um rigoroso protocolo de controle de qualidade, foram estudadas 1.065 famílias (contendo 1.406 pacientes com TOC), combinadas com amostras populacionais (de 5.061 indivíduos) que realizaram testes de associação e análises combinadas dos dados familiares e populacionais.

O estudo revelou significativas taxas de complicações perinatais (aproximadamente um terço dos sujeitos) e genes candidatos ao desenvolvimento do TOC que mostram que experiências perinatais e ambientais parecem desempenhar um papel importante, para além da genética, na etiologia do TOC.

O TOC acarreta sofrimento significativo, interfere no rendimento escolar, nas relações sociais e, sobretudo, no funcionamento familiar. Por tanto, na presença de sinais que possam indicar o transtorno procure um profissional qualificado.

COMO OS PAIS PODEM AJUDAR CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO?

A primeira coisa a se fazer é buscar ajuda especializada para que se possa realizar o diagnóstico e o tratamento de forma adequada diminuindo os prejuízos que podem ocorrer devido ao transtorno.

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A psicoeducação aos familiares é uma parte fundamental do tratamento. Seu objetivo é oferecer informações básicas sobre o TOC, melhorar o insight da criança, que em geral é pobre ou ausente, e motivá-la para fazer o tratamento.

Para os pais é uma ocasião para obterem informações sobre as manifestações do TOC, sobre o que são as obsessões, o que são rituais, sua função e porque perpetuam o TOC, as alternativas de tratamentos e as possibilidades de remissão dos sintomas.

É uma oportunidade de dissipar dúvidas, reduzir o sentimento de culpa, de informar ao terapeuta sobre os padrões de acomodação familiar e de serem orientados quanto às atitudes em relação à doença.

Muitas vezes os responsáveis cedem as compulsões da criança/adolescente, pois é a forma mais rápida de fazer com que o paciente não sinta mais angústia, e saber lidar com essas situações sem prejudicar o tratamento faz parte da psicoeducação familiar.

Sem dúvidas o engajamento familiar na terapia é essencial para a remissão do transtorno.

QUEM EU DEVO PROCURAR CASO MEU FILHO APRESENTE SINTOMAS DE TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO, E QUAL O TRATAMENTO MAIS ADEQUADO?

No tratamento do TOC em crianças e adolescentes tanto a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) quanto os psicofármacos são efetivos em reduzir os sintomas da doença.

De um modo geral, recomendam-se quando necessário combinar as duas modalidades de tratamento.

Na TCC a eficácia/efetividade para o TOC nessa faixa etária foi verificada em ensaios clínicos, dados sugerem que a TCC apresenta algumas vantagens sobre os medicamentos em termos de eficácia e efeitos colaterais.

A terapia pode ser realizada no formato individual, familiar ou em grupo.

Vale ressaltar que a família é de essencial importância para o tratamento, muitas vezes os pais preocupados em reduzir a angústia e o sofrimento da criança, acabam por facilitar os rituais compulsivos, disponibilizando objetos, atendendo as exigências e até realizando certas tarefas.

Acredita-se que tais esforços em razão do alívio passageiro que provocam têm um efeito semelhante ao dos rituais compulsivos e das evitações de impedir a exposição, o enfrentamento do medo e a habituação, contribuindo, portanto, para perpetuar os sintomas.

Tais Bedin

Psicóloga Clínica, atua desde 2010 na clínica, Especialista em Terapia Sistêmica para Casais e Famílias, Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental, com formação em Neuropsicologia e em Disciplina Positiva.

Acredita que a sua missão como psicoterapeuta, de modo colaborativo e humanizado, é auxiliar as famílias a enfrentarem os desafios do desenvolvimento infanto-juvenil, ajudar as crianças e adolescentes a superaram as adversidades e a desenvolverem habilidades para a vida.

Para isso, desenvolve em seu consultório orientações para ajudar os pais a criar vínculos mais respeitosos com seus filhos e realiza psicoterapia para crianças e adolescentes.

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